"Ele tem caráter agressivo, especialmente com mulheres", afirma delegado responsável por prisão de autor confesso de feminicídio em São Pedro do Sul

Gilson Bianchin Venturini, 37 anos, suspeito de ter matado Angélica Dias Moraes, 30 anos, foi preso na tarde desta segunda-feira (23), em Santa Maria. O crime de feminicídio aconteceu na manhã de sábado (21), dentro de um mercado em São Pedro do Sul. Para o programa Fim de Tarde CDN, na Rádio 93.5 FM, na tarde desta segunda, o delegado Giovanni Lovato, responsável pela DP de São Pedro do Sul e que atuou na ação, falou sobre o caso. 

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Ele afirmou que o primeiro trabalho investigativo foi localizar possíveis familiares do suspeito que morassem pela região, que poderiam ser usados como uma rota de fuga.

– Recebemos a informação de que a família de Venturini teria uma propriedade no distrito do Passo do Verde. Além disso, o carro dele foi encontrado no acostamento da BR-392 e ele teria sido visto nas proximidades de um bar nessa rodovia na tarde de sábado.

Enquanto a guarnição se deslocava para o Passo do Verde, encontrou Venturini caminhando às margens da BR-392. Nesse momento, ele foi preso. 

– No momento da prisão, ele relatou que teria tentado se matar, mas que não teve coragem. Inclusive teria se despedido de alguns familiares por mensagens de áudio – conta o delegado. 

No interrogatório, Venturini confessou o crime e também explicou os motivos que levaram a cometer o assassinato. Ele alegou que teria sido provocado por Angélica:

– Ele alegou que a vítima teria provocado, tirado a honra dele. Ele estava embriagado, passou a madrugada bebendo e afirmou que perdeu a cabeça, cometendo o crime. 

Relação com a vítima

Conforme o delegado de São Pedro do Sul, Angélica seria garota de programa e foi dessa forma que ambos teriam se conhecido. Venturini teria pedido para a sua enteada, uma jovem maior de idade, que desse abrigo para Angélica. A vítima tinha cinco filhos, que seriam criados por familiares.

– Ele tinha expectativa de engatar um relacionamento com ela. De acordo com uma ocorrência registrada na última semana, envolvendo o casal, ela negou que teria um relacionamento estável com ele. Havia uma certa divergência entre eles se estariam em uma relação ou não – diz Lovato. 

No dia 15 de setembro deste ano, policiais militares foram chamados por moradores que informavam sobre a briga de um casal na Rua Ministro Xavier da Rocha, nas proximidades de onde aconteceu o crime de sábado passado. Ao chegar ao local, a BM apreendeu um revólver de calibre 32 com Venturini. A mulher teria relatado aos policiais, no entanto, que eles só tinham se desentendido, e não chegou a ser registrada ocorrência de violência doméstica, nem medida protetiva. 

– Ela se sentia segura em relação a ele, acreditava que ele não lhe faria nenhum mal – comenta. 

Além disso, o delegado também falou sobre o histórico de Venturini, principalmente seus antecedentes criminais: tentativa de homicídio, ameaça, lesão corporal, posse irregular de arma de fogo, dano, sequestro, cárcere privado, difamação, embriaguez ao volante e maus-tratos:

– Ele tem um caráter agressivo, especialmente com mulheres. Ele tem uma acusação de maus-tratos contra o filho, sendo que perdeu a guarda dele. 

Venturini já havia sido preso por agressão em 2023 

No ano de 2022, Venturini se envolveu em uma briga, também em São Pedro do Sul. O delegado relata que ele discutia com outra mulher quando um rapaz precisou intervir na confusão e acabou agredido com golpes de facão na altura da cabeça por Venturini. 

– Na época, ele foi preso preventivamente até novembro de 2023, quando conseguiu um habeas corpus, foi solto e respondia o processo em liberdade – informou o delegado.

Após os procedimentos na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Maria, Venturini foi levado à Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), onde ficará preso. 

Confira a entrevista completa:

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